Peter foi capaz de descrever em detalhes o quarto que ocupava quando morava com os pais e explicou que seu corpo estava totalmente imobilizado, sendo capaz de mover apenas os olhos de um lado para o outro. O mais terrível em sua visão era a descrição do felino, um gato cuja cabeça não passava de um crânio branco, devorado por vermes e que rosnava sibilando ameaçadoramente. Durante a sessão de hipnose a agonia de Peter era tamanha que quando a hipnose foi quebrada e ele despertou, a primeira coisa que fez, foi socar o ar e se levantar. O pesadelo de Peter encontrava eco uma fobia crônica de felinos.
Outra vítima de Paralisia do Sono, o neuropsicanalista e autor Paul Brooks passou a se dedicar ao estudo do distúrbio como maneira de aplacar seus pesadelos recorrentes:
"Hoje eu reconheço que sofria de sonhos lúcidos, um estado alucinatório margenado as terras profundas do mundo onírico. Quando a mente está em um estado de alerta, mas o corpo permanece aprisionado pela paralisia do sono, uma interseção entre a realidade e o sonho. É algo aterrorizante, inexplicável. Você não consegue respirar, não consegue se mover, falar ou gritar por socorro. É como estar aprisionado diante de um animal selvagem que vai se aproximando lentamente para atacar. Eu acordei várias vezes coberto de suor e com lágrimas no rosto. Em uma ocasião, minha esposa teve que jogar água em meu rosto para que eu me acalmasse. É algo absolutamente perturbador", contou o Dr. Brooks a respeito de suas experiências.
Como mencionado previamente, é muito comum às pessoas sofrendo de Paralisia do Sono travar encontros inexplicáveis com criaturas sobrenaturais, sejam estas demônios, seres monstruosos, bruxas e até extraterrestres realizando cirurgias experimentais.
"Imagens comuns de pessoas barbadas, duendes, demônios gargalhando e de monstros sussurrando em línguas desconhecidas, de figuras sem rosto, animais medonhos, insetos repugnantes e outras coisas são manifestações comuns. As alucinações criadas pela própria mente são incrivelmente reais. Há muitas descrições de vítimas de paralisia do sono se referindo a criaturas da ficção e personagens de filmes".
O Dr. Brooks contou que seus episódios de Paralisia do Sono envolviam uma figura totalmente escura. "Parecia um tipo de demônio medieval ou gárgula gótico, atarracado e corcunda que ficava de pé na guarda da minha cama, balançando para frente e para trás. Por vezes ele abria a boca e uma fumaça cinzenta surgia de dentro dela. Eu conseguia sentir o movimento da cama, ouvia claramente o ruído dela rangendo e até o cheiro ocre do seu hálito. A experiência durava alguns minutos e depois se encerrava subitamente".
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